quando olho minha janela

quando olho minha janela

Quando olho minha janela,
vejo através dela outras janelas,
outras vidas,
vidas que eu poderia viver,
silhuetas que talvez seria.
Das possibilidades?
Sou essa que agora escrevo.

Em cada janela que vejo,
de cada apartamento que olho,
me vejo em negativo.
E sou todas as possibilidades
que as janelas não podem ser,
que as pessoas de dentro delas não podem ser
e dos que passam e olham,
ou não passam e nem olham não podem ser.
Me chamo Maria.

Me lanço a todas elas.
Meu lenço, um brocado
meu rosto, um espelho
minha vida, Juliana.

This entry was posted in meus escritos. Bookmark the permalink.