Sobre minha ida não ida à Cananéia

Para que um cochilo de 1/2 hora para quem já perdeu uma noite.
Eu mesma já perdi uma vida. Pior!, perco-a sempre, neste instante mesmo, por exemplo.

Quis
fugir do mundo, como quem foge devendo. Devo, e muito. E não tenho
pago, nem aos poucos. Devo contratos de aluguéis, livros para ler,
aulas para nadar, quartos a arrumar, roupas a lavar, dissertações a
simular, devo até o próprio dinheiro para viver. Mas por que merda
temos nós que dever tanto, será que faço menos ou devo mais que outros?

Não deixaram-me partir para a minha Pasárgada! Pois agora devo mais
essa. Me parece um tanto engraçado dever o fugir das dívidas, ainda
mais sendo elas todas ilusões criadas por mim mesma. De fato não deveria
nada, ou quase nada.

Já que eu não fui, vão vocês, todos vocês, à Pasárgada ou à puta
que os pariu! Não importa, apenas sumam. Devo ficar tranqüila aqui mesmo,
arrumando o quarto, lendo uns bons livros, dando uma força para minha
irmã no contrato lá de casa e passeando com minha prima, mas sem
exagerar que no domingo tenho simulado, e este será dissertativo.

This entry was posted in meus escritos. Bookmark the permalink.